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Imagine tirar férias em uma terra de aldeias da Idade da Pedra e animais exóticos como as focas de água doce, os ratos-almiscarados e as zibelinas/libelinhas. Os mosquitos podem diminuir um pouco a sensação de paraíso, mas o lago mais profundo do mundo é um destino cada vez mais popular entre os turistas aventureiros.
O lago Baikal contém um quinto da reserva mundial de água doce e abriga mais de 2 mil espécies de plantas e animais, duas vezes mais do que qualquer outro lago do planeta.
Localizado no extremo sul da Sibéria, longe dos destinos turísticos mais convencionais, o Baical/Baikal impressiona os visitantes com seus 31,5 mil quilômetros quadrados de charme natural e paisagens únicas, cheias de espécies de flora e fauna que só existem ali. Além da nerpa, um tipo raro de foca, e do delicioso peixe omul, muito popular na culinária local, o lago guarda 20% de toda a reserva natural de água doce do mundo e é considerado o mais profundo do planeta, chegando a 1.750 metros em alguns pontos.
O lago Baical é um dos maiores lagos do planeta Terra/Gaia, com mais de 25 milhões de anos é o lago mais antigo do mundo.
Depois de ter sido colocado na lista dos Patrimônios Mundiais da Humanidade da Unesco, o local tornou-se alvo de expedições científicas e de turistas, que, normalmente, vêm pela ferrovia Transiberiana, descem do trem na capital local Irkutsk e chegam ao confortável e cada vez mais desenvolvido povoado de Listvianka (localizado a 65 km de Irkutsk).
Os turistas, geralmente europeus e japoneses, costumam aparecer na região entre julho e agosto, para evitar o frio. Nessa época, o clima é ideal para caminhadas, passeios de bicicleta, canoagem, acampamento e pesca. E também para uma das principais atrações do local: a tradicional “bania”, uma sauna no tradicional estilo russo.
Mas quem gosta do inverno pode desfrutar de um passeio de trenó puxado por cães ou passear sobre o lago, cuja superfície fica completamente congelada nesse período.
Primor natural
O Baical é mais do que um simples lago; alguns siberianos o veem como sagrado. Além disso, sua importância em termos de ecossistema e água salgada é global. São 600 quilômetros de extensão e 1.600 metros de profundidade, onde mais de 300 rios desembocam.
A paisagem ao redor consiste de montanhas, taiga e permafrost (subsolo que fica congelado a maior parte do ano) as densas florestas cheias de frutas e diferentes tipos de cogumelos.
Bétulas, cedros, pinheiros, abetos e outros tipos de árvore crescem nas suas margens, bem como videiras silvestres e orquídeas. Entre os animais que compõem sua fauna, estão alces, veados, ursos, linces e esquilos, bem como aves raras.
Essas atrações, junto com as nascentes de água mineral quente, igrejas de madeiras, ilhas e monumentos pré-históricos, indicam que a área é rica em recursos que poderiam atrair um grande número de visitantes. Desenvolver a infraestrutura para tornar esses tesouros acessíveis é um objetivo grandioso, mas também um desafio constante.
Olkhon
Localizada a aproximadamente 320 km ao norte da capital da região, Olkhon é uma área que manteve sua natureza selvagem. A ilha é a maior dentre as 27 que o lago possui e, para se chegar até ela é preciso pegar um táxi especial ou um ônibus/autocarro partindo de Irkutsk. As estradas deixam muito a desejar, por isso a jornada dura meio dia e só termina com a balsa que desembarca no maior povoado da ilha, Khujir. Quem se aventura, porém, nunca se arrepende.
O tempo parece ter parado na ilha, onde a eletricidade só chegou em 2005 e 1,5 mil habitantes estão a salvo da vida agitada e estressante de qualquer cidade.
Devido a sua localização, Olkhon é o lugar perfeito para encontrar antigos habitantes da Buriátia e siberianos típicos, que são considerados diferentes dos outros russos pela sua maior exposição aos elementos naturais. Eles se sentem orgulhosos de viver em harmonia com a natureza, respeitando sua força e tradição. Os buriates locais, por exemplo, veneram a pedra de Shamanka (localizada na costa oeste de Olkhon), uma das muitas áreas nos arredores do Baikal que são consideradas sagradas.
O consequente aumento do número de turistas, no entanto, vem causando receios quanto à depredação do meio ambiente e da cultura pelos visitantes. Por isso, os turistas são aconselhados a respeitar as crenças locais e a evitar tirar fotos do xamã ou destruir os artefatos sagrados, como marcações especiais nas árvores e oferendas de roupas e moedas.
De qualquer maneira, Olkhon oferece aos visitantes um cenário bastante diverso. Montanhas íngremes preenchem sua costa oriental, enquanto, em outros pontos, os turistas exploram florestas, estepes e até mesmo um pequeno deserto.
Hospedagem
Para desfrutar de tudo isso, uma área com hospedarias foi montada e uma infinidade de albergues recebe turistas de todas as partes do mundo, sendo o mais famoso deles a Hospedaria do Nikita, comandada pelo morador e preservador ambiental Nikita Bentcharov.
A ilha também possui um museu, áreas de lazer para crianças, uma livraria com materiais em inglês e em alemão e até mesmo um pequeno zoológico.
Abundância
O albergue de Bentcharow contraria o velho estereótipo russo e não recebe os turistas com vodca à vontade. Ali, bebedeiras não são bem-vindas, mas, em contrapartida, os turistas são recebidos com deliciosos pratos típicos da culinária siberiana, abundantes no tamanho das porções e na variedade.
Os viajantes acostumados com Moscou/Moscovo são surpreendidos pelos preços locais: por 750 rublos (cerca de R$ 40 / menos de 20 euros) é possível reservar uma tradicional cabana siberiana com direito a três refeições por dia. E se optar por um dos diversos passeios de Nikita pela ilha, ganha-se ainda um generoso almoço.
O aumento do turismo chegou a saturar o local, principalmente em relação a hospedagens, mas Bentcharow contornou o problema, recomendando aos hóspedes também regiões vizinhas. Tudo para evitar que a já tradicional hospitalidade da ilha se transforme em uma verdadeira relíquia.
7 motivos para visitar o Baical
1 É o maior, mais profundo e mais antigo lago de água doce do mundo.
2 Tem 848 espécies de animais nativos e 133 espécies de plantas.
3 É o lugar ideal para ecoturismo e caminhadas, rafting, natação, canoagem, passeios de bicicleta ou a cavalo...
4 Quem quer só descansar, curtindo o visual à beira do lago, pode se ajeitar em confortáveis tendas ou barracas, que são alugadas por ali mesmo.
5 É um ponto de encontro de diferentes crenças naturais: pode-se tanto assistir aos rituais de dança dos xamãs siberianos como meditar no monastério budista local.
6 É considerado Património Mundial da Humanidade pela Unesco desde 1996.
7 O Baical foi um dos candidatos ao título de Sete Maravilhas da Natureza em 2008.
NOTA:
Convém aprender algumas frases chave em russo e saber ler o idioma (alfabeto cirílico), já que praticamente quase ningém fala outro idioma estrangeiro a não ser alemão e quando o estrangeiro fala inglês os russos olham desconfiados. As sanções contra os russos/Rússia, levou a que os russos sintam cada vez mais patriotas pelo seu país, costumes e idioma.
Só os chineses e os brasileiros, que eu saiba, não precisam de visto, os europeus de um modo geral necessitam de um visto para visitar o país.
O vídeo seguinte, demorou 2 anos a ser feito:
Fontes:
Gazeta Russa
Ciberrede
sputnik