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A renda/rendimento influi/influencia na expectativa de vida: quem ganha mais vive mais. Esta tendência é mais clara se comparadas regiões com problemas estruturais a outras estruturalmente mais desenvolvidas.
O local onde se vive é um dos fatores determinantes da longevidade na Alemanha. As pessoas de Pirmasens, um antigo centro calçadista no sudoeste da Alemanha, por exemplo, vivem em média sete anos a menos do que as de Starnberg, junto ao lago de mesmo nome, na Baviera.
O levantamento se baseia em dados regionais colhidos pela parlamentar do partido A Esquerda Sabine Zimmermann junto ao Departamento Federal de Assuntos Urbanos e Desenvolvimento Espacial.
Pirmasens é lanterna
A cidade de Pirmasens enfrenta problemas estruturais e elevado endividamento, o que levou o estudo a concluir que lá as pessoas têm pouco dinheiro. A análise dos dados mostra ainda que a expectativa de vida também é curta em outras regiões com problemas, como no leste da Alemanha, na região do Ruhr e em partes do Sarre e da Francônia.
Isso fica claro principalmente na expectativa média de vida dos homens. Em Pirmasens, com 73 anos, é a mais baixa na Alemanha. Já a mais alta é a dos moradores de Starnberg: 81,3 anos. Seguem-se os do distrito Hochtaunuskreis, perto de Frankfurt e Munique (80,9 anos em ambos) e Böblingen (80,8).
Para as mulheres, a expectativa de vida geralmente é mais elevada do que para os homens. E também na Alemanha ela apresenta variações de acordo com a região: a expectativa média de vida das moradoras de Pirmasens é a mais baixa da Alemanha, com 77,1 anos de idade, enquanto as mulheres ficam mais velhas no distrito de Breisgau, na Floresta Negra: 85 anos.
Ricos vivem melhor e por mais tempo
Também estudos do Instituto Robert Koch comprovam que a expectativa de vida tem relação direta com a renda. Se dividirmos a faixa de rendimentos em cinco grupos, a diferença na expectativa média de vida do mais pobre ao mais rico será de 10,8 anos para os homens. Para mulheres, a diferença é de 8,4 anos.
O instituto vê também uma ligação entre saúde e status social. Pessoas pobres ou de baixa renda sofrem com maior frequência de doenças graves como enfarte, derrame, diabetes e doença pulmonar crônica. Ou seja, determinantes não são as condições meteorológicas ou a quantidades de dias de sol em uma região.
Ministério da Saúde adverte para a prevenção
Em resposta a um questionamento dos deputados do partido A Esquerda, o Ministério da Saúde disse que "diversas medidas do governo alemão visam a melhorar a equidade no setor da saúde". Ele lembrou que em 2015 entrou em vigor a Lei de Prevenção, que obriga planos de saúde a oferecer serviços específicos para prevenir doenças e melhorar a saúde.
Por outro lado, o ministério também reconhece que "a expectativa de vida mais elevada em uma região está associada a melhores condições socioeconômicas". As causas para isso seriam desigualdades no sistema de ensino, mas também o tabagismo, a alimentação e os exercícios físicos, além de diferenças nas condições de vida e de trabalho.
"Pobreza é herdada"
De acordo com a parlamentar Zimmermann, a pobreza e as más condições de saúde são passadas de uma geração à outra. Pessoas de menor poder aquisitivo sofreriam com maior frequência de problemas crônicos e também psíquicos, como a depressão.
"Para mudar isso, é preciso mais do que programas de prevenção de doenças", disse a deputada. Seria necessário um amplo combate contra a pobreza e condições de vida insalubres, por exemplo com salários mais altos e melhores condições de trabalho para quem ganha pouco.
Caso contrário, adverte: "Quem ganha pouco continuará executando trabalhos pesados e insalubres com maior frequência, sofrendo com excesso de barulho e poluição do ar, não podendo se alimentar tão bem e morrendo mais cedo do que pessoas com rendimentos mais altos."
Fontes:
RW/dpa/dw