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É normal que os pais se ocupem com o desenvolvimento intelectual de seus filhos. No entanto, a especialista em terapia ocupacional infantil, Angela Hanscom, sugere que, durante a primeira infância, o tempo passado brincando ao ar livre seja mais eficiente do que as inúmeras actividades programadas.
Segundo Hanscom, passar tempo ao ar-livre, a correr, pular, pisar na relva/grama e brincar com amigos, deixa a criança menos ansiosa, mais preparada para lidar com diferentes emoções, melhora a concentração e a relação com outras pessoas, principalmente no sentido de compartilhar e respeitar a vez do próximo.
Para chegar a esta conclusão, a terapeuta compartilhou da experiência com sua própria filha. Quando ela ainda estava na pré-escola, a mãe já se preocupava em praticar actividades que ajudassem a desenvolver o aprendizado das letras e números e deixou de lado o tempo para brincadeiras na natureza. Em consequência disso, ao crescer, a filha teve desempenho excelente nas matérias académicas, mas apresentou dificuldades nas habilidades sociais.
Essa é uma tendência actual. A terapeuta compartilhou também o depoimento de professores que leccionaram para diferentes gerações. Enquanto em outras décadas os pais costumavam deixar as crianças livres, hoje o normal é enchê-los de actividades extra curriculares meticulosamente programadas. No entanto, o resultado são crianças que se frustram com mais facilidade e têm dificuldades em se concentrar dentro das salas de aula.
Brincar é um óptimo jeito de aprender, principalmente durante a fase de formação. “É até os sete anos de idade que as crianças precisam desesperadamente de experiências multissensoriais diárias com o intuito de desenvolver corpos e mentes fortes. Isso é feito melhor lá fora, onde onde os sentidos são totalmente incentivados e o corpo é desafiado de maneira imprevisível”, escreve a terapeuta.
Hanscom ainda ressalta que passar tempo ao ar livre é algo que não necessita de grandes investimentos e têm grandes resultados. “As crianças só precisam de tempo, espaço e permissão para serem crianças”, finaliza a terapeuta ocupacional.
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Fonte:
Texto adaptado do Ciclo Vivo