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Investigadores estão a estudar a forma de tornar a descoberta num modo de combater, em larga escala, os resíduos de plástico, através da traça-da-cera !
Foto: César Hernandez/CSIC
Uma investigadora do Conselho Superior de Investigações Cientificas (CSIC), de Espanha, Federica Bertocchini, em parceria com o bioquímico Paolo Bombelli, da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, descobriram uma lagarta que se pode tornar na maior arma contra a poluição, uma vez que come plástico.
A descoberta foi feita por acaso por Bertocchini. Ao limpar uma das suas colmeias, removendo o parasita Galleria mellonella a que se dá o nome de traça da cera, por destruir esse material produzido pelas abelhas, colocou as lagartas num saco de plástico. Passado algum tempo verificou que o saco tinha buracos e decidiu investigar a causa.
A lagarta Galleria mellonella
Chegou à conclusão que as larvas, além de adorarem cera, também se deliciam com plástico, tendo capacidade para quebrar as ligações químicas do mesmo e assim degradá-lo. E tudo acontece rapidamente – a cientista juntou 100 lagartas num saco de supermercado e, em 40 minutos, já havia buracos.
Polietileno (PE), o inimigo da natureza
O polietileno, que se usa no fabrico de sacos e embalagens para alimentos, entre outros, é um dos produtos mais difíceis de eliminar, a sua degradação é tão lenta que podem passar 100 anos até que um saco de plástico desapareça. Anualmente, em todo o mundo são produzidas 80 milhões de toneladas deste material.
Esta descoberta e os resultados das experiências que se seguiram entusiasmou os cientistas que vão prosseguir com mais estudos: "A lagarta é o ponto de partida. Precisamos entender os detalhes de como o processo ocorre. Esperamos ter uma solução técnica para minimizar o problema da acumulação de resíduos de plástico", explicou Bombelli à BBC News.
"Se conseguirmos conhecer o mecanismo molecular e isolar a molécula responsável, podemos produzir [a traça da cera] in vitro à escala industrial e usá-la para destruir o polietileno", disse Bertocchini ao El Mundo. Até lá, avisa: "não devíamos sentir que podemos deliberadamente atirar polietileno no nosso ambiente, simplesmente porque agora temos como degradá-lo".
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Fontes:
Forschung und Wissen
S//Ecosfera